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Foto do escritorJoana Rangel

Maria Maria Bia Syrah 2015: vinho DiVino e que vale o post

Eu mantinha na adega aqui de casa, desde abril,  uma garrafa do tão falado Maria Maria Bia Syrah….e, ontem, como eu sou uma mulher que mereço viver e amar como outra qualquer do planeta, eis que chega o dia dele ir para mesa!!! Ohhhhhhhhhhhhhh

Pra quem não sabe, Maria Maria é um projeto de produção de vinhos, idealizado por Eduardo Junqueira Nogueira Junior, que, em 2006, após ter repensado seus hábitos alimentares, devido a sérios problemas de saúde, decidiu produzir seu próprio vinho.

Maria, Maria É o som, é a cor, é o suor É a dose mais forte e lenta De uma gente que ri Quando deve chorar E não vive, apenas aguenta

Localizada em Minas Gerais, na Fazenda Capetinga, a vinícola familiar iniciou os seus trabalhos em 2009, quando foram plantadas as primeiras mudas de Syrah, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc. Em 2011 foram plantadas as uvas Chardonnay, destinadas à fabricação de espumantes.

O nome Maria Maria é uma justa homenagem à belíssima canção de Milton Nascimento, amigo e conterrâneo de Eduardo, que, em uma de suas visitas aos parreirais, brincou com o vitivinicultor: “Eduardinho do céu, você é doido. Nunca ouvi falar em plantar uvas aqui no Sul de Minas”.

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Sim.

Milton estava certo. Era, de fato, uma loucura. Mas qual o sonhador, empreendedor que não possui uma dose de loucura?

Mas é preciso ter manha É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre!

Se não existe realização sem sonho, não existe sonho sem loucura. E para isso é preciso ter Força, Raça e Gana. SEMPRE.

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Para ajudar a tornar seu projeto viável, adaptável às condições climáticas das terras do Sul de Minas, Eduardo contou com o apoio do Agrônomo e Viticultor Murillo de Albuquerque Regina, percursor do método da dupla poda (ou poda invertida) – que faz com que  o ciclo da videira seja alterado e o período de maturação aconteça no inverno.

Eu já havia degustado o Bia, mas, confesso que as vezes, uma pequena prova de degustação não é suficiente para me fazer tecer comentários honestos e relevantes. 

E então, o elegi para uma refeição no Adegão Português de Ipanema, aqui no Rio. Vale ressaltar que o restaurante faz a gentileza de não cobrar a taxa de rolha. O que eu acho de uma elegância, ímpar!

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Como é um vinho não filtrado, foi decantado


Para a festa ficar completa e para que pudéssemos fazer jus à abertura da garrafa, lógico que pedi ao Sommelier da casa, Marcos Lima, uma indicação de pratos que poderiam harmonizar com essa belezura de Syrah.

O Sommelier do Adegão Português de Ipanema, Marcos Lima, é professor da ABS – RJ (Associação Brasileira de Sommelier) e foi meu professor de Serviços no Curso Básico. O cara é craque e, de quebra, além da indicação, ainda recebi um  workshop de Syrah!

Sou ou não sou uma pessoa que precisa ser grata ao universo???

Quem traz na pele essa marca Possui a estranha mania De ter fé na vida

A indicação de Marcos Lima foi o Cordeiro à Espanhola.

Esse Cordeiro é acompanhado de arroz com açafrão, pimentões vermelhos e amêndoas. Um negódilouco!!!

Dá pra ver que ele está tostadinho na medida, macio por dentro e nossaaaaaa chego a salivar…super suculento!

Harmonizou DIVINAMENTE!

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Nham-nham…olha a cara desse Cordeiro…


Mas vamos ao vinho! 🍷🍷🍷

– Minhas notas sobre o Maria Maria Bia Syrah 2015 – 

De Minas Gerais para o mundo

O Brasil está se firmando como um grande produtor, a cada colheita. O Bia possui essa força de representatividade que o vinho nacional tanto precisa.

Pode, em um primeiro momento, não ser tão complexo quanto um Syrah do Rhône ou da Austrália, mas, assim como o nosso feijão é diferente do feijão no resto do mundo, talvez estejamos diante de uma identidade nova. Uma identidade necessária. Nem melhor, nem pior. Diferente.

Novos terroirs, novas descobertas.

Perda de tempo perseguir o antigo. Ou manter-se preso apenas ao tradicional. Nosso DNA é de Maria e, assim como os versos da música, somos compostos de uma certa magia. E é essa magia que o mundo ainda precisa conhecer.

Segundo o site da vinícola, o Maria Maria Bia Syrah 2015 se apresenta como:

Vinho Instigante, predominam os aromas frutados que lembram amoras, ameixa passa, fruta em compota, além de especiarias e leve couro. Com acidez e taninos agradáveis, confirma os aromas em boca, com médio corpo – convidando a mais uma taça. Cor vermelho rubi intenso, límpido e brilhante.

Instigante é o termo perfeito. É exatamente isso! Ele te convida a uma próxima taça.

Senti as frutas escuras no início, mas sem grandes amplitudes. A pimenta apareceu logo no primeiro rodar de taça e, com o tempo, ela foi abrindo espaço para o cacau.

O Maria Maria Bia Syrah 2015 foi um vinho que cresceu grandemente após aberto. As notas defumadas, a força frutal e a intensidade de boca vieram com a evolução.

Se posso dar algum conselho é: não tenha pressa, ele irá te surpreender a cada taça. Abra sua garrafa e aprecie com calma.

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Onde encontrar

Os vinhos da Maria Maria são comercializados em Belo Horizonte, em algumas cidades mineiras e no Rio de Janeiro. A expectativa da empresa é ampliar a distribuição conforme o aumento da produção e da demanda.

No RIO – O meu Maria Maria Bia Syrah 2015 foi adquirido pelo site da Cave Nacional. Preço médio R$ 99,00. Eu SEMPRE recomendo a Cave Nacional. São impecáveis quanto ao armazenamento, entrega e atendimento.

Adegão Português – R. Barão da Torre, 248 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ. Pergunte sobre a isenção da rolha.

E você, já experimentou os vinhos de Minas? O que achou?

Vamos trocar uma ideia e bater um papo?

joana@joanarangel.com

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